(enviada em 14-09-2011) |
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Este é um trecho do blog dela:
"...É claro que meu pai aproveitou ao máximo a ausência de seis meses da minha mãe. Virei a “mulher” dele, sempre sob fortes ameaças e tortura emocional. Sem falar da tortura física, pois a violência sexual não deixa de ser uma tortura. Mesmo tomando pílula, mais para o controle hormonal e sem nunca ter falhado, engravidei. Fiquei apavorada. Minha relação com o João estava indo de mal a pior e ele não ia querer assumir a criança. Decidi criar o filho sozinha. O Luis, ainda meu amigo, soube da gravidez, mas não sabia nada sobre os abusos. Ele propôs de assumir a criança, dar um nome a ela, em nome do amor que sentia por mim. Nunca ninguém foi capaz de oferecer um sacrifício tão grande por mim. Afinal, ele tinha a sua vida, sua família. Mas então a minha ficha “caiu”: com constantes estupros, esse filho poderia ser do meu pai. Imediatamente contei a ele, omitindo o fato que poderia estar grávida de um outro homem. Ele ficou apavorado e, já no dia seguinte, começou a procurar uma boa clínica de aborto. Um amigo o estava ajudando, mas é claro que esse colega não sabia da verdade. Fiquei arrasada e com muito medo. Quando dei por mim, estava no centro de São Paulo comprando ervas abortivas. Havia um preparado, era só beber. Tomei a mistura e fui para a USP. No meio da primeira aula comecei a sentir fortes contrações e senti o sangue jorrando. A professora e uma colega ficaram apavoradas; eu estava branca, cinza. Por sorte..." http://filhasdosilencio2.blogspot.com/2010/04/depoimento-bya-albuquerque.html |
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